quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Os jornais ''O Solimões'' e ''Jornal do Solimões'' e a Liberdade de imprensa no Brasil e na Amazônia


O jornal denominado “O Solimões” circulou de 15 de março de 1994 a janeiro de 1998, com 39 edições, seus editores e proprietários, conforme Certidão do Cartório de Registro Especial (Títulos e Documentos e Registro Civil das Pessoas Jurídicas),são os senhores Isaias Ribeiro de Jesus Silva, Gabriel Costa Andrade e Manoel Serrão Marques, o nome do Jornal foi registrado no referido Cartório no Estado do Amazonas, termo de matrícula número 195.543 do Livro de Protocolo A número 11. Tendo como jornalista responsável o Sr. Gabriel Costa Andrade – RGMT – número -027- DRT/AM.
O “Jornal do Solimões”, registrado no Cartório de Registro de Títulos e Documentos e Registro Civil das Pessoas Jurídicas no Livro número quatro-B (4-B),de Registro de Matrícula de Jornais, Revistas e Oficina Impressoras, sob o número cento e sessenta e sete (167) em 18/03/1998.



O periódico, apresentado por Maria Regina Bivar Silva e apontado pelo número 2.076 do Livro de Protocolo A, número um (A número 01)- O “Jornal do Solimões”, é um órgão de publicação periódica, a serviço do Estado do Amazonas de propriedade da Sra. Maria Regina Bivar Silva tendo como jornalista responsável o Sr. Manoel Serrão Marques – RGMT- número 021-DRT-Am. Este Jornal circulou somente com duas edições no ano de 1998. Estando portanto, os Jornais “O Solimões” e “Jornal do Solimões”, fora de circulação há exatamente 14 anos, porém os nomes desses jornais conforme registro em Cartório continuam a pertencer aos referidos proprietários conforme constam nas respectivas certidões, podendo voltar a circular á qualquer momento.
 Na década de 90 o autor deste artigo e dois abnegados jornalistas e minha companheira de origem indígena, Regina Silva, tivemos a coragem e determinação em desmistificar as questões amazônicas através de um jornal tablóide com tiragem mensal de 5 mil jornais que eram distribuídos por toda a Amazônia.As matérias deste arauto amazônico,mostrava, naquela época, a fragilidade da Amazônia, principalmente nas áreas de fronteiras e a preocupação maior para os editores deste Jornal era com a soberania, com tudo o que esta palavra significa.

   Soberania não é só dizer "a Amazônia é nossa", soberania é saber usar os recursos naturais e incalculável riqueza mineral da região em favor do povo brasileiro. Isso mesmo, de todos os brasileiros, mas até agora, de nada tem valido tanta abundância. A região sofre com os preconceitos dos brasileiros de outras regiões do país e, para dizer o mínimo, é olhada como um santuário intocável, habitada por um povo ignorante, preguiçoso e incompetente.

"Pobres coitados, que cairiam de joelhos se pudessem ver de perto a Amazônia e sentir a coragem de seu povo" - dizia o editorial " água mole em pedra dura" do Jornal O Solimões em março de 1996.

A falta de controle da região amazônica não é culpa das forças armadas que não medem esforços para defender a soberania Nacional nos mais longínquos lugares fronteiriços, onde estão presentes apesar das dificuldades, o editor, e companheiros do jornal O Solimões testemunharam os grandes esforços empreendidos por militares das três forças armadas para protegerem a Amazônia.

Todos que conhecem a região Amazônica sabem que as áreas de fronteiras vivem a mercê da decisão administrativa de alguns prefeitos municipais que estão só preocupados tão somente com os seus interesses pessoais.

Enquanto isso, a Amazônia, que foi difundida como celeiro e pulmão do mundo, se transforma no celeiro de atos ilícitos, principalmente o contrabando e o narcotráfico. Isso facilita a ação das ONGs internacionais e países que buscam transformar a Amazônia em patrimônio da Humanidade, álias, diga-se de passagem, a maioria das demarcações das terras indígenas na Amazônia teve o patrocínio e financiamento de governos europeus, qual seria o interesse real destes governos em financiar demarcações indígenas na Amazônia ?

Campanhas mundo afora surgem todos os dias, grandes jornais no mundo publicam matérias colocando a Amazônia como o Patrimônio da Humanidade, cartazes panfletos, filmes, vídeos produzidos por eco-ambientalistas e Governos estrangeiros, aqueles mesmos que financiam as demarcações no Brasil, plantando a idéia da "Amazônia patrimônio da humanidade", e o pior é que, aqui mesmo no Brasil alguns pseudo eco-ambientalistas, pesquisadores, antropólogos cientistas e etc., viajam para estes mesmos países que querem a Amazônia sob o controle deles, para fazerem cursos de graduação doutorado etc., e quando retornam ao Brasil trazem na bagagem intelectual, um discurso pronto para fabricarem teses, estudos e pesquisas científicas para combater todos aqueles que ousam defender a soberania deste país. .

Sentimos isto na carne, quando fundamos o Jornal "O Solimões", e com muita dificuldade mantivemos o periódico durante 04 anos circulando na Amazônia.

" O Solimões" foi boicotado , fomos perseguidos( o autor e sua família sofrem perseguição até hoje), e o jornal foi impedido de circular por falta de patrocínio, porque os anunciantes deste jornal sofriam pressão para deixar de anunciar neste jornal. E hoje fico surpreso quando leio bobagens nos sites de pesquisadores renomados pseudo defensores dos índios que em suas teses, estudos e pesquisas patrocinados por ONGs internacionais e Governos Estrangeiros, afirmam que "o Solimões"era financiado por grupos políticos com interesse na criação de territórios federais na Amazônia”. Só esqueceram de escrever em seus relatórios que este jornal e seus idealizadores lutaram bravamente pela soberania brasileira e que as demarcações indígenas que este jornal defendeu prestando apoio aos índios Kokama através de sua legítima Organização Indígena, a COIAMA, que desde a sua fundação em 1995 e até hoje nunca recebeu um centavo de nenhum organismo, nem Governo nem ONG’s internacionais, sobrevivendo apenas de contribuições oriundas do trabalho, do esforço e do suor do índios Kokama.


Jornal ''O Solimões'' de Regina Silva e Isaias Ribeiro, que redescobriram os Cocamas. Clique no Jornal para ler a primeira matéria dos Cocamas.

Jornal ''O Solimões de Regina e Isaias Ribeiro que redescobriram os cocamas e deixou de circular por pressões políticas.

Essas campanhas internacionais que visam a desarticular o Governo a sociedade brasileira e principalmente a imprensa do país tem como alvo lançar uma idéia de que o Brasil não tem o controle total sob o seu território amazônico como publicou recentemente o jornal americano “New York Times”, o qual o seu correspondente no Brasil escreveu em Maio de 2008 “De quem é essa floresta afinal ?”, tendo uma grande repercussão no Brasil levando inclusive o Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva a se manifestar dizendo “ a Amazônia pertence aos brasileiros”.

O nosso jornal “O Solimões”, edição de outubro/1994, em reportagem especial , denunciava que garimpeiros vindos de toda parte, inclusive de países vizinhos adentravam as aldeias Yanomami, em busca de ouro, com isso em 1985, as aldeias e os índios Yanomami, começaram a ser dizimados a ferro e fogo, pelos invasores que movidos pela ganância excessiva, criou-se um processo de aviltamento da tribo, prosseguiu com a integração através do alcoolismo, do estupro, da prostituição e da transmissão de doença infecto-contagiosa.

Os garimpeiros se organizaram em cooperativas e associações que movimentaram milhões de dólares. Pistas de pouso e atracadouros de embarcações foram construídos em todos os pontos das selvas e dos rios. O minério conseguido foi em grande parte, contrabandeado para fora do país.



Enfim, a balbúrdia e a barbárie havia tomado conta das terras dos índios Yanomami. Pressões foram feitas e em, 1992, o presidente Fernando Collor não só demarcou a terra Yanomami, como expulsou os garimpeiros de suas terras, isso tudo para agradar aos Chefes de Nações do Mundo que estavam no Brasil, participando da ECO 92.


Os editores dos jornais,''O Solimões'' e ''Jornal do Solimões'', realizaram um trabalho jornalistico de alto nível, levantando bandeiras, defendendo a Amazônia e seu povo e a soberania do Brasil, sem se envolver em picuinhas políticas regionais.
Veja as capas do Jornal “O Solimões”, O Extermínio de Uma Nação e, Guerra aos Garimpos Clandestinos, de out/1994 e jan/1995. O primeiro jornal na Amazônia , a denunciar esses fatos. Tendo esse jornal deixado de circular em 1998.

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