sábado, 27 de agosto de 2011

ENFIM A SAÍDA PARA O PACÍFICO DEIXOU DE SER UMA MIRAGEM MAS ....


Há quinze anos, em Abril de 1996, o Jornal “O Solimões''destacava na primeira página a manchete “não existe saída para o Pacífico”, na época, empresários, políticos, economistas jornalistas e autoridades de três países, como o Embaixador do Peru no Brasil, Alejandro Gordillo e o Cônsul da Colômbia no Estado do Amazonas, Mário Rodrigues, demonstraram em entrevista para “O Solimões'' a impossibilidade da Saída Rodoviária do Brasil para o Pacífico, utilizando os dois países, o primeiro declarou na citada entrevista - “Há uma dificuldade muito grande nesta estrada, porque terá que atravessar o ponto mais alto da Cordilheira dos Andes, cerca de 3.800 metros”.
Disse ainda o Embaixador do Peru: -“Há um erro de apresentação, não se trata de construir uma rodovia que vá do Brasil ao Pacífico, o que necessita é a ligação da Rede Rodoviária do Brasil com a Rede Rodoviária do Peru, porque os dois países constroem rodovias para os seus interesses internos”.

O segundo, também na época, disse ser praticamente impossível a ligação terrestre do Brasil com o Pacífico através da Colômbia, devido as FARC’S, representar uma ameaça em lugares e DepartamentoS(Estados) onde esta estrada poderia ser construída.

Mas enfim, a TRANSOCEÂNICA saiu definitivamente do papel e em 2000 a Rodovia, cujo mega-projeto binacional, começou a ser construído por um POLL de empreiteiras brasileiras. Mas como o Jornal o Solimões havia informado, a estrada caso fosse construída teria que passar pela Cordilheira dos Andes, o que faria desta Rodovia apenas uma ferramenta de integração regional, incorporando áreas isoladas do Peru e menos como uma estrada para escoar para Ásia via Pacífico, produtos do centro-oeste brasileiro, isso porque a Rodovia é estreita, sinuosa e remota, o que aumenta os gastos com combustíveis e manutenção dos caminhões.

A saída para o Pacífico através do Peru deixou de ser uma miragem através de uma das maiores epopéias de engenharia do Continente Sul Americano que conseguiu transpor dois gigantes obstáculos da natureza; A Cordilheira dos Andes e a Amazônia Peruana. Se esta saída para o Pacífico vislumbrava para o empresariado brasileiro uma grande virada nas exportações para à Ásia, na década de noventa, hoje, o comércio entre o Brasil e Peru é da ordem de 3 BILHÕES de dólares, mas o porto de Paranaguá no Paraná,no sul do Brasil, é que continua sendo, pelo menos por enquanto (mesmo depois de concluída a tão sonhada TRANSOCEÂNICA!), a alternativa mais segura para o Brasil exportar seus produtos para à Ásia.

A estrada já constava nos mapas do Peru, desde 1996 como "projetada". Da cidade de Pucallpa até Lima, capital do Peru, existem grandes obstáculos a traspor, como por exemplo, os 1894 metros de altura da Cordilheira Blanca ou os 4.333 metros de altura da Cordilheira Huayhuash, ambas do Departamento de Huanuco. Este ponto, inclusive, é identificado por mapas turísticos peruanos como sendo um excelente local para esquiar na neve. O traçado da estrada para o Pacífico, começa em Pucallpa, que fica a 154 metros de altura, depois sobe até a localidade de Tingo Maria, que fica a 649 metros de altura, depois passa pela Cordilheira Blanca em um ponto a 1894 metros de altura e continua subindo,até chegar no Departamento del Huancayo a 3.273 metros até chegar a Cordilheira de Huayhuash, a 4.333 metros de altura.
A época de chuvas nestas regiões ocorre nos meses de novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março e a temperatura média anual até 3.000m é de 10° a 16° graus C, com chuvas de 200mm/ano. Sobre 3.000m, a temperatura é de 50°F,60,8°F e com 200 a 1.000 mm de chuvas/ano.

A Cordilheira Blanca, onde a estrada passa, está localizada no Parque Nacional Huascaram, com 340.000Ha de superfície, longitude de 158km, sendo 37% cobertos de gelos perenes. Essa Cordilheira é chamada pelos peruanos de "a cordilheira tropical mais alta do mundo", com ecossistemas variados.

A Cordilheira Huayhuash, onde passa a estrada e traçada nos mapas peruanos, tem o nevado Yerupajá, o mais alto desta cordilheira, com paredes acidentadas aristas definidas. A altitude é de 6634m de altura.

O sonho do Brasil de ter uma saida para o pacífico foi concretizado, mais ao que parece, esta estrada incrementará apenas o turismo entre os dois países, Brasil e Peru.

Fontes; "Peru Turismo Ativo no País dos Incas", do FOPTUR-Fundo de Promocion Turistico Del Peru, e do jornal ''O Solimões''-Amazonas-Brasil.

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