domingo, 21 de outubro de 2018

A TERRA DOS BRAVOS ÍNDIOS E A VILA VELHA DOS CAPIXABAS


Nasci e me criei de 1961 a 1980 no bairro de Aribiri, (Trata-se de termo de origem tupi que vem de arabori, araguori, arauori, araue’ri ou alaberi, significando sardinha, peixe da família dos caracídeos. (Cunha, 1989:65). Uma segunda versão da origem do nome aribiri é alaberi, araberi), um dos mais tradicionais bairros da cidade de Vila Velha, que no século XVI pertenceu a um donatário que com sua caravela com 60 homens entre fidalgos e criados, fizeram uma incursão a esta terra, para se apossar das 50 léguas de terras, demarcadas pelo império português, para seu domínio, e no dia 23 de Maio de 1535, através da Nau Glória, Vasco Fernandes Coutinho atravessou a Baía, daquela que um dia iria se chamar Vitória orientada pela Serra que os descobridores (ou invasores) denominaram de Mestre Álvaro indo ancorar numa pequena enseada, situada a 
esquerda do Morro da Penha, onde anos depois, índios e religiosos construíram o Convento da Penha, que hoje é um símbolo não só de religião mais de arquitetura, por ter sido construída em cima de uma grande pedra no alto da montanha.  E, por um povo marcado pela grande religiosidade e pelo fato do convento fazer parte da própria história do Espírito Santo, sendo hoje um grande santuário do povo capixaba.
Ao norte do morro também denominado pelos portugueses de João Moreno, os colonizadores europeus, julgavam ser a Baía de um grande rio que deram então a terra o nome de Vila do Espírito Santo em vista de celebrar-se naquela data a igreja católica, a festa do Divino Espírito Santo.
O desembarque a essas terras porem não se fez com facilidades, pois os verdadeiros donos da terra, os indígenas que já habitavam há séculos, em defesa de sua terra, lutaram com coragem, armados com arcos e flechas, atirando suas setas dirigidas ás embarcações dos invasores.

Houve necessidade de fazerem troar as duas peças da artilharia da caravela contra os índios que resistiram bravamente as invasões daqueles homens brancos em suas terras, mas o poderio militar do invasor era bastante superior e suas flechas não podiam contra os canhões, e os bravos índios, Aimorés, Goitacás e Botocudos recuaram, permitindo a posse da terra pelos invasores.
Hoje Vila Velha com uma economia pujante, precisa crescer mais, para não vir a se tornar um bolsão de pobreza, através da Zona de Processamento de Exportação ZPE e, buscando alternativas econômicas viáveis na área industrial e turística, poderá se consolidar como um destino natural de empresários e turistas na região sudeste.
Enfim, Vila Velha e outros municípios do estado do Espírito Santo encontrarão mais uma vez, alternativas econômicas para se transformar em pouco tempo em grandes Metrópoles da indústria, comércio e turismo.
A VISITA DO IMPERADOR Á VILA VELHA
Desde a mudança da sede da capitania para a ilha de Vitória a vida na antiga vila do Espírito Santo (Vila Velha) se reduziu, no período colonial e mesmo durante o período provincial de nossa História, a ocorrências esporádicas que se desenrolaram em torno da igreja de Nossa Senhora do Rosário e do Convento da Penha. Dentre essas ocorrências merecem registro os ataques dos holandeses contra as fazendas de açúcar de Vila Velha, no século XVII, e a tentativa fracassada de saquear o convento, o que deu origem à lenda do exército de Nossa Senhora que os holandeses viram descendo das nuvens para salvar o santuário. Baseado nesta lenda, o pintor Benedito Calixto fez o quadro que se acha exposto na galeria do convento, junto com outros de sua autoria, tendo por motivo temas ligados às tradições daquele monumento histórico.

 No século XVII, o donatário Francisco Gil de Araújo, que adquiriu a capitania do Espírito Santo a um dos herdeiros de Vasco Fernandes Coutinho, construiu, em Vila Velha, na praia de Piratininga, o forte que tem este nome, e que foi consagrado a São Francisco Xavier, razão pela qual é também conhecido pela denominação de forte de São Francisco Xavier da Barra.

 Para alguns autores, o forte de Piratininga, ainda hoje existente em área ocupada pelo 38º Batalhão de Infantaria do Exército, foi edificado em um sítio que, devido à sua posição estratégica, se prestou à defesa da capitania desde os tempos de Vasco Fernandes Coutinho. No século XIX, Vila Velha mereceu referências especiais dos viajantes que por ali passaram, dentre os quais, o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, o príncipe alemão Maximiliano, o bispo José Caetano da Silva Coutinho e até do imperador do Brasil D.Pedro II. Na sua visita à Vila Velha, no ano de 1860, o imperador se fez acompanhar da imperatriz D. Teresa Cristina. D.Pedro II subiu ao convento da Penha e deixou registrado, no seu diário de viagem, a impressão que teve do magnífico panorama que se vê lá do alto.

A origem do termo Capixaba.  Segundo os estudiosos da língua tupi, capixaba, significa; roça, roçado, terra limpa para plantação. Os índios que aqui viviam chamavam de ‘’capixaba’’ sua plantação de milho e mandioca. Com isso, a população de Vitória passou a chamar de capixabas, os indígenas que habitavam na região, depois o nome passou a ser usado para denominar todos os moradores do Espírito Santo.

Os ''Canelas Verdes'' de Vila Velha:

Etimologia
No início da colonização capixaba surgiu o apelido canela-verde. A versão mais aceita é de que o apelido foi criado pelos índios para os primeiros colonizadores, porque existia uma grande quantidade de algas marinhas na costa capixaba que manchava as calças e a canela dos portugueses quando desembarcavam. Há quem diga também que o apelido pode ter origem pelo costume português de se usar meias longas verdes.

Personalidade

Os indígenas que habitavam o solo espírito-santense deram à história do Brasil o nome de Araribóia, figura marcante nos esforços de combate à invasão francesa no inicio da colonização brasileira.

Araribóia - Cacique da tribo temiminó, que partiu de Vitória com 200, índios para ajudar a expulsar os franceses do Rio de Janeiro.

 HERÓI DE VÁRIAS BATALHAS

Bravo herói fundador de Carapina, Serra, ES e Niterói no Rio de Janeiro

Estátua do grande guerreiro índio Araribóia - Niterói/RJ- Foto tirada por Mirian Fichtner/Época

Em 1560, a expedição de Mem de Sá foi combater os franceses no Rio de Janeiro. Levava Maracajaguaçu e Araribóia e outros Índios Flecheiros do Espírito Santo.

 No dia 15 de março de 1560, a expedição de Mem de Sá promove um ataque à Ilha Henri e consegue vencer, destruindo o Forte Coligny. Derrotados os franceses conseguiram escapar em grande número, refugiando-se no Continente.

O ataque a Ilha Henri está relatado em carta do padre Francês André Thevet na obra “La Cosmographie Universelle", editada em Paris, França, em 1575. Lá constam referências aos atos de bravura do Índio Fundador da Serra, Maracajaguaçu e de seu filho Araribóia.

 Mem de Sá volta a Salvador, na Bahia, em 3 de abril de 1560 e os franceses e Tamoios reagruparam-se e estabeleceram poderosas fortificações na Ilha da Carioca e na Ilha de Paranapuã.

ARARIBÓIA SALVA GOVERNADOR

Somente em 1567, com a derrota das forças Franco-tamoias, foram os franceses afastados da baía de Guanabara. Contudo os Tamoios continuaram com suas batalhas.

Araribóia está com o Governador da Capitania do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá, quando ataca e extermina os franceses em Cabo Frio, tendo salvo a vida do Governador, que, na luta, ia morrendo afogado.

Araribóia tornou-se o primeiro Índio com serviços prestados à Coroa Portuguesa. Por ter salvado o Governador e ter praticado outros atos heróicos, foi agraciado pelo Rei de Portugal, Dom  Sebastião, com o título de capitão-mor, recebendo o hábito da Ordem de Cristo e a tença de doze mil réis anuais. Dom Sebastião honrou-o, ainda, com um traje completo de seu uso pessoal, numa demonstração de apreço, raras vezes concedida pelo Rei.Reconhecendo os portugueses a bravura do índio.

FUNDADOR DE CARAPINA

Escritor Áureo Ramos, residente na Ilha do Governado,  procedeu pesquisas sobre Maracajaguaçu e Araribóia, descobrindo os livros: “História da Ilha do Governador”, de  Cybelle M. Ipanema e “Araribóia, o Cobra das Tempestades”, de Luís Carlos Lessa, sendo que ambas publicações confirmam:

 1- Maracajaguaçu era pai de Araribóia e vivia na Ilha dos Maracajás de onde saiu para o Espírito Santo. Foi socorrido por Vasco Coutinho que lhe mandara quatro navios e artilharia. No Espírito Santo o padre Braz Lourenço foi encarregado dos Temiminós. (Página 51 do Livro “História da Ilha do Governador.”)

2 - Araribóia foi o fundador da Aldeia de São João, em Carapina. Depois de fundar a Aldeia, foi guerrear no Rio pois os Temiminós tinham ódio dos Tamoios.

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