domingo, 21 de outubro de 2018

O BRASIL TEM AS MAIORES RESERVAS DE ÁGUA DO MUNDO


Por ironia do destino, pelo descaso com a natureza e para espanto dos governos, a Região do Sudeste brasileiro sofreu com a maior seca de todos os tempos nos rios que abastecem de água a população que habitam nas grandes cidades.
Ironia porque o Brasil, além de possuir o Rio Amazonas, que é o maior rio do mundo não apenas pelo seu volume de água, mas também pela sua extensão que chega 6992,06 Km, possui também em seu subsolo o Aquífero Guarani, que foi o nome que, em 1996, o geólogo uruguaio Danilo Anton propôs para denominar um imenso aquífero que abrange partes dos territórios do Uruguai, Argentina, Paraguai e, principalmente, Brasil, ocupando 1 200 000 km.
Na ocasião de sua descoberta, ele chegou a ser considerado o maior do mundo: hoje, é considerado o segundo maior, capaz de abastecer a população brasileira com água potável durante 2.500 anos.

Distribuição do aquífero pelos estados brasileiros:
Mato Grosso do Sul (213 700 km²)
Rio Grande do Sul (157 600 km²)
São Paulo (155 800 km²)
 Paraná (131 300 km²)
Goiás (55 000 km²)
Minas Gerais (51 300 km²)
Santa Catarina (49 200 km²)
Mato Grosso (26 400 km²).

A maior reserva com o dobro do volume do Aquífero Guarani, e com o maior Lençol Aquífero do Planeta, o Aquífero Alter do Chão, uma reserva de água subterrânea localizada sob os estados do Pará, Amapá e Amazonas.


Os aquíferos são um grupo de formações geológicas que podem armazenar uma enorme quantidade de água doce subterrânea.

O interessante com relação à descoberta destes Aquíferos é que tanto um como outro foi descoberto por acaso há décadas atrás, o Aquífero de Alter do Chão, por exemplo, foi descoberto no início da década de 60, quando a Petrobras e a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, empresa do Ministério de Minas e Energia), em trabalho conjunto de pesquisa, perfuraram naquela área um poço com cerca de 1.500 metros de profundidade. Até onde se sabe, não foram ali encontrados indícios da presença de minérios ou de hidrocarbonetos, mas água em abundância.


Dados iniciais revelam que sua área é de 437,5 mil quilômetros quadrados com espessura de 545 metros. Pesquisadores da Universidade Federal do Pará e da Universidade Federal do Ceará desenvolveram estudos que podem revelar que o aquífero pode ser maior que o calculado inicialmente, passando inclusive a ser maior que o Aquífero Guarani. Com 86 mil quilômetros cúbicos, o aquífero poderia ser suficiente para abastecer em aproximadamente 100 vezes a população mundial. O Alter do Chão teoricamente ocuparia uma pequena área em extensão, mas um grande volume cúbico, reservando aproximadamente 86 mil quilômetros cúbicos de água contra apenas 45 mil quilômetros cúbicos do Aquífero Guarani.
Estudos mostram que a quantidade de água do Aquífero de Alter do Chão é suficiente para abastecer toda a população do planeta por pelo menos 400 anos.
Estocagem e regularização da água – Durante o período de chuvas, os aquíferos funcionam como receptores de água. Parcela significativa das águas pluviais infiltram-se, abastecendo os aquíferos, que, em períodos de estiagem, fazem a manutenção do nível dos rios e lagos de forma lenta e interrupta.

Filtragem – Uma das grandes vantagens no aproveitamento das águas dos aquíferos é o fato de que ela, na maioria das vezes, é potáveis, não necessitando de tratamento para o consumo, fato que barateia o seu uso. Quando a água infiltra-se nas camadas inferiores da crosta terrestre, passa por diferentes materiais, que a filtram. Entretanto, os aquíferos também sofrem contaminação, quando na sua área de recarga são encontrados agentes poluidores, como lixões; quando são áreas em que ocorre intenso uso de agrotóxicos; ou em áreas grandemente urbanizadas.
O problema maior é que os governos não tem demostrado o interesse devido em pesquisas na qualidade da água e nos projetos voltados para aproveitar este grande recurso hídrico que o país dispõe. Hoje o maior manancial de água doce subterrânea do mundo.

No caso do Aquífero de Alter do Chão, por exemplo, existem informações de pesquisadores, de que o governo paraense ainda não demonstrou interesse em custear as pesquisas, o que foi feito até agora, foi fruto de esforços de grupos de pesquisas que tem buscado patrocínio não governamental para estudar este imenso aquífero.
Quanto ao governo federal, a Agência Nacional de Águas tem uma proposta para o aproveitamento destes imensos Aquíferos em solo brasileiro, veja a proposta: A Agenda de Águas Subterrâneas da Agência Nacional de Águas, em consonância com o Programa Nacional de Águas Subterrâneas (PNAS) do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), propõe um conjunto de ações para fortalecer a implementação da gestão integrada de recursos hídricos superficiais e subterrâneos no território brasileiro. Entre as ações específicas estão o apoio à gestão das águas subterrâneas nos estados e a ampliação do conhecimento hidrogeológico no país. Nesse sentido, a Agência Nacional de Águas (ANA) vem desenvolvendo estudos em aquíferos e sistemas aquíferos trans- fronteiriços, interestaduais ou situados em regiões metropolitanas. 

Apesar dos avanços no conhecimento hidrogeológico nacional nos últimos anos, o Brasil ainda carece de um mapa em escala nacional das áreas aflorantes dos seus aquíferos e sistemas aquíferos para subsidiar o gerenciamento de recursos hídricos. Neste trabalho, a ANA propõe uma nova ferramenta para a gestão das águas subterrâneas em território nacional, denominada Mapa das Áreas Aflorantes dos Aquíferos e Sistemas Aquíferos do Brasil, onde são destacadas as características gerais dos nossos aquíferos e sistemas aquíferos, de forma acessível aos gestores envolvidos e aos usuários que se utilizam da água subterrânea.

De toda água no planeta, 97,5% são salgadas e não servem para o consumo da população e 1,7% está sob forma de gelo. O que sobra para abastecer a humanidade é em torno de 1% de água doce. Desse pouco, 96% estão sob a forma de águas subterrâneas. Segundo alguns pesquisadores, a água subterrânea é 100 vezes mais abundante do que a água superficial.

Mais ao que parece, as autoridades dos estados brasileiros atingidos pela seca, preferem continuar a espera do milagre do dilúvio em vez de patrocinar pesquisas que colocaria a água destes Aquíferos nas torneiras das cidades brasileiras, onde a população sofre com a seca dos rios. 



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