A população
do estado do Amazonas e da Região Amazônica em geral, nasce pobre, vive no sacrifício,
morre na miséria e é enterrado em terra milionária. Este esquisito paradoxo da
terra que guarda riquezas imensuráveis e é habitada por um povo paupérrimo, e abandonado
só tem explicação na insensatez dos governos desta pátria amada e idolatrada
que nega a seus filhos o quinhão que, por direito de cidadania, deveria caber a
cada um deles.
O grande
império americano se formou a partir do ouro do arizona e do petróleo do Texas.
O Japão ergueu-se de sua grande desventura na guerra, industrializando seus
minérios. Aqui mais perto, a Venezuela se elevou aos olhos do mundo através dos
seus poços de petrolíferos e suas jazidas de ferro, ouro e manganês.
No Brasil, o
saque ás riquezas minerais remonta à época da Coroa Portuguesa. Apesar do
saque, o ouro fez a fortuna do sudeste, como o linhito fez
a do sul. No Nordeste, o sal gema sustenta a economia. No Sul do Pará o ouro
criou belas cidades.
No Amazonas, a miséria passeia sobre as províncias minerais que estão sendo guardadas a sete mil chaves. Por que? Para quem? A grande reserva mineral do país está aqui, sob nossos pés. A saída para a Região Norte poderia atingir o apogeu é a exploração racional de suas riquezas minerais. Mas ai esta o problema. O governo não organiza, não planeja, não disciplina. O governo não quer que o homem do Amazonas nasça rico e cresça na abundância. Tudo o que o governo quer é que a incalculável fortuna fique preservada, intocável, à espera do juízo final, que será ditado pelas forças imperialistas no dia em que resolverem se apossar da Amazônia. Dia que, não está longe de chegar. O que se guarda e não se cuida, se perde. Editorial do Jornal ''O Solimões'' de Janeiro de 1996, o qual Isaías Ribeiro era o Diretor e Gabriel Andrade e Manoel Marques os editores.
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